A Igreja de Jesus ou Il Gesù pertence à Ordem dos
Jesuítas. O nobre espanhol Inácio de Loiola (1491 - 1556), que se dedicou à
vida religiosa depois dos 30 anos, foi o fundador da Sociedade de Jesus
(Jesuítas), reconhecida em 1540 pelo Papa Paulo III (pontífice de 1534 a 1549)
como religiosa.
As regras da ordem exigiam castidade perpétua, pobreza e
pronta disposição para servir o Papa em qualquer lugar. A comunidade logo se espalhou
de Roma pela Itália e aos países católicos da Europa e, a pedido dos reis da
Espanha e Portugal, foram fundadas missões nas Índias Ocidentais, Brasil, Congo
e Etiópia. Na Europa os jesuítas foram o sustentáculo da Contra-Reforma,
tentando reformar a Igreja a partir de seu âmago.
A decisão de construir a igreja nasceu em 1550, para
substituir a pequena igreja contígua ao edifício da Ordem e que hoje ainda é o
colégio internacional dos jesuítas. Em 1568, Giacomo Vignola recebeu do cardeal
Alessandro Farnese o encargo de iniciar o trabalho. Trata-se de um dos edifícios
dos quais se diz que deram início a uma nova tendência na arquitetura
ocidental.
A idéia inovadora de Vignola foi fundir a nave da
basílica medieval com o desenho de um edifício planificado típico da Alta
Renascença, criando uma estrutura com domo sobre o cruzamento, tornando-se o
modelo de futuras igrejas barrocas. Após a morte do arquiteto, os membros da
Ordem completaram o edifício que foi consagrado em 1584.
A fachada (1575) reúne elementos da Renascença e do
Barroco e se deve a Giacomo della Porta. A divisão da estrutura por pilastras
reflete a parte interna. A maneira pela qual a ordem arquitetônica se ergue
para o centro é enfatizada pelo relevo poderoso das superfícies das paredes,
com aberturas, pilastras que se adiantam, colunas e cornijas.
O interior é espetacular. O arquiteto Vignola, no
interior cruciforme, criou sem talvez o desejar o protótipo das igrejas
romanas. A ênfase especial está posta na nave, que pode acomodar enorme
quantidade de fiéis. Com a interseção e a ábside, cria impressão de uma área
única, unificada e as capelas laterais para prece privada, confissão ou recordação
dos mortos tem função subsidiária. O altar é visível de todas as partes da
igreja, para que os fiéis possam seguir a missa. A ornamentação barroca, com
jogo de mármores variados, estuques, douramentos, afrescos e esculturas, pouco
deixa ver da simples decoração original do Cinquecento. As paredes da nave se
dividem por estruturas semelhantes a pilastras, iluminadas por lunetas com
janelas. Arcadas entre elas dão acesso às capelas laterais. Os arcos da
interseção suportam o peso do cilindro que se alça para o domo, que conclui
numa calota hemisférica.
As capelas são numerosas: dedicadas a Santo André, à
Paixão, aos Anjos, a São Francisco de Borja, com afrescos maravilhosos por
Andrea Pozzo (1588), à Sagrada Família, à Santíssima Trindade, a Santa Maria da
Estrada, ao Sagrado Coração. Além do altar principal, central, há um altar à
direita por Antônio Sarti (1834-1843) e à esquerda outro altar a Santo Inácio.
Em pormenores: o altar de 1699-1700 que se deve a Andrea
Pozzo (1642-1709), sobre o túmulo de Santo Inácio de Loiola no transepto
esquerdo, é uma das obras primas da igreja, pois nele se dissolvem os limites
entre pintura e escultura, realidade e ilusão. O grupo da Santíssima Trindade
aparece como visão experimentada pelo santo. A estátua em prata, colossal, de
Santo Inácio, executada por Pierre Legros, fica entre quatro colunas de
lápis-lazúli, mas é apenas uma cópia pois o Papa Pio VI (pontificado de 1775 a
1799) viu-se obrigado a fazer derreter a original, para pagar reparações de
guerra a Napoleão depois do Tratado de Tolentino. O grupo à esquerda do altar,
que mostra o Triunfo da Fé sobre a Heresia, se deve também a Pierre Legros e é
um dos mais expressivos conjuntos da arte barroca. Durante a Contra-Reforma, a
Igreja encarava a vitória sobre a heresia como requisito essencial para o
triunfo do Bem contra o Mal. A Vitória é a personificação da Fé à direita do
grupo, e se deve a Giovanni Théodon, que joga a heresia nas profundezas. A
criança, ou putto, que aponta um livro aberto indica a Doutrina Verdadeira.
Os afrescos foram encomendados pelo superior dos
Jesuítas, Padre Olivia, na segunda metade do século XVII, e pediu um efeito tal
que os fiéis se familiarizassem com as glórias do Céu por meio da contemplação
da historia da salvação. Foi encarregado Giovanni Battista Gaulli, conhecido
como Il Baciccia, que demonstrou grande arte. Os afrescos são notáveis
sobretudo por seu ilusionismo habilidoso, os efeitos trompe-l´oeil. As cenas
escolhidas foram a «Adoração dos Pastores» na ábside, o «Triunfo do Nome de
Jesus» na nave e o ciclo dos anjos no domo.
Fonte Wikipédia
Triunfo do nome de jesus, obra de Giovan Battista Gaulli
S Francisco de Assis pregando aos pássaros
Capela Sacro Cuore
S Francisco de Assis renunciando aos bens temporais
Capela dedicada a S Inácio de Loyola
Morte de S Francisco de Assis
Santa Maria da Estrada, restaurada em 2006
S Francisco Xavier, obra de Giovanni Andrea Carlone
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