A Basílica de São Domingos (San Domenico (em italiano)) é
uma das igrejas mais importantes de Bolonha, sede principal da ordem dos
dominicanos. Nesta igreja, no interior da Arca de São Domingos, são conservados
os restos de São Domingos, fundador da ordem religiosa dos Frades Pregadores.
São Domingos de Guzmão veio a Bolonha em janeiro de 1218,
depois do reconhecimento da ordem Dominicana por parte do Papa Honório III. Com
o intuito de promover a ordem foram convidados frades de toda a Europa, e em
particular das principais cidades da época, Paris e Bolonha (Paris pela grande
população e Bolonha por ser um grande centro universitário).
São Domingos e seus monges se estabeleceram em Bolonha,
no convento de uma igreja localizada fora dos muros da cidade, dedicada a Santa
Maria da Purificação, conhecida como Mascarella (agora localizada nas esquinas
das ruas Irnerio e Mascarella e reconstruída após um bombardeio durante a
Segunda Guerra Mundial). Precisando de mais espaço, em 1219, Domingos se
estabelece definitivamente no convento de São Nicolau de Vinha (mesmo local de
onde surgirá a Basílica Dominicana). Aqui (entre 1220 e 1221) São Domingos
escreve pessoalmente aos dois primeiros capítulos gerais destinados a precisar
os elementos fundamentais da ordem. Domingos morre em 1221.
Entre 1219 e 1243, a igreja e o convento de São Nicolau
foram transformados em um grande complexo e a igreja foi aumentada (com a demolição
da abadia e a ampliação da nave) e foi construída uma fonte românica, que está
voltada à bela Praça São Domingos. A Basílica de São Domingos, a partir de
então, passa a ser um modelo de numerosas igrejas ao redor do mundo.
A igreja começou em breve a adquirir obras de arte,
acumulando com o tempo uma vasta coleção de obras de artistas de renome, como
Giunta Pisano, Nicola Pisano, Arnolfo di Cambio, Niccolò dell'Arca,
Michelangelo, Iacopo da Bologna, Guido Reni (sepultado na capela Guidotti),
Guercino e Filippino Lippi.
Arquitetura
A igreja tem três naves (uma central e duas laterais),
numerosas capelas laterais, um transepto e um coro. A igreja original era
composta de duas partes:
a parte posterior chamada de igreja primitiva ou externa,
destinada aos fiéis e consagrada ao Papa Inocêncio IV em 17 de outubro de 1251.
a parte anterior, chamada de igreja interna, reservada
aos frades.
As duas partes eram separadas por uma divisória, na qual
era localizado o coro de Damiano da Bergamo.
Naquela época, na base do núcleo original, foram feitos
numerosos remanejamentos e ajustes. No século XIV, se adicionaram algumas
capelas e a torre campanária (de 1313, em estilo gótico). Por volta da metade
do século XV foi construída a capela Guidotti, a qual se encontram sepultados
Guido Reni e Elisabetta Sirani. Em seguida foram adicionadas também os
remanescentes da capela das famílias Volta e Solimei (excluídos da igreja em
várias cidades). Em cerca de 1530 foi construída (ao lado da fachada românica) a
capela Ghisilardi (com desenho de Baldassarre Peruzzi). No século XVI, quatro
pequenas capelas góticas na nave esquerda foram substituídas pela capela
Pepoli, na planta cruciforme.
No século XVII, em seguida à prescrição do Concílio de
Trento, foi eliminada a divisória que dividia a igreja em duas partes e o coro
foi colocado direto no altar maior.
As modificações e restaurações feitas por Carlo Francesco
Dotti (patrocinado por Benedito XIII) durante os anos 1727 a 1732, de modo a
ampliar o espaço interno foram de maneira harmônica, tendo dois núcleos
medievais, de estilo barroco. O arquiteto Raffaele Faccioli, em 1910, a fim de
restituir o aspecto original românico, demoliu um pórtico do século XVII que
obstruía a vista da roseta do século XIII.
Arca de São Domingos
Após sua morte, São Domingos foi sepultado no altar de
São Nicolau. Em 1233 seus restos foram depositados em um sarcófago simples de
mármore, direto no altar de uma capela lateral da nave direita. Com o intuito
de tornar visível o sepulcro aos fiéis, em 1267 os restos do santo foram postos
em um monumento mais distinto e decorado com os maiores episódios da vida do
santo, sendo obra de Nicola Pisano e de seus discípulos. Nos séculos seguintes
foram realizadas modificações em sua arca. Para esta empreitada muitos artistas
de renome contribuíram, dentre eles, destacam-se Niccolò da Bari e
Michelangelo.
Na parte superior se vê Deus Pai, que apóia o mundo com a
mão esquerda mantendo-o vizinho ao coração. Mais embaixo, se vê os símbolos da
criação: as frutas significando a terra, dois pássaros no céu e oito golfinhos
no mar. Mais embaixo encontramos o mistério da Redenção. Jesus Cristo morto
está representado em meio a dois anjos, à direita o da anunciação e à esquerda
o da paixão. No mesmo nível dos anjos, os quatro evangelistas (São Mateus, São
Marcos, São Lucas e São João Evangelista) que difundiram ao mundo todo a
mensagem de redenção dita por Cristo. Pouco abaixo se encontram, apoiados em um
quadro, oito estátuas que representam os protetores de Bolonha: São Francisco,
São Petrônio, São Domingos e São Floriano na parte anterior, e na parte
posterior Sant´Agricola, São João Batista, São Proclo e São Vital.
Embaixo do quadro que contem as estátuas, há uma série de
figuras esculpidas em envoltórios ao redor do túmulo que contem os ossos de
Domingos. Nesta figura estão representados os episódios mais importantes de sua
vida. No interior da capela, atrás da arca, é conservado o precioso relicário
de Jacopo Roseto.
O coro
O altar maior atual é obra do século XVIII, de Alfonso
Torreggiani e substitui o altar original, obra-prima de Giovanni di Balduccio
(1330), pupilo de Giovanni Pisano, formado por um grande políptico esculpido
com a Madona e o menino ao centro e oito estátuas nos lados (segundo a
descrição de Giorgio Vasari). Esta obra monumental era proveniente da capela
maior do Castelo de Porta Galliera, e tinha ligação com o pontífice Bertrando
del Poggetto. Hoje as partes que ainda existem estão dispersas em Detroit (a
Madona), o Museu Cívico Medieval de Bolonha e uma coleção particular (a
cobertura de Natal colocada sobre um estrado). Atrás do altar é visível um
preciosismo monumental em marfim.
O coro, um extraordinário trabalho de entalhe em típico
estilo renascentista, é obra do frade Damiano Zambelli (também conhecido como
Damiano de Bergamo). O Frei Damiano Zambelli seguiu, de 1541 a 1549, a história
bíblica com magistrais entalhes, com a sugestão de uma série de desenhos de
Jacopo Barozzi da Vignola. A obra foi terminada por Bernardino de Bolonha. As
cenas são inspiradas no Antigo Testamento (à direita) e no Novo Testamento (à
esquerda). Na sua época, e mesmo hoje em dia, é considerado uma obra de
extraordinário valor artístico.
A Basílica de São Domingos tem um pequeno museu, no qual
estão algumas obras de arte e relíquias, como por exemplo:
O relicário de Luís IX da França, ourivesaria em estilo
gótico, do século XIII
Restos da pietà em terracota (1495) de Baccio da
Montelupo
Busto de São Domingos terracota, de Niccolò dell´Arca
(1474)
Restos de um afresco (Madona com menino e São Domingos)
século XIV, de um artista bolonhês desconhecido (talvez Cristoforo de Bolonha)
Madona com menino, São Domingos e Vincenzo Ferreri (c.
1773), um dos melhores trabalhos de Ubaldo Gandolfi
Numerosos entalhes do Frei Damiano da Bergamo
Muito interessante também é o convento adjacente com
claustros dos séculos XIV, XV e XVI e numerosas obras de arte. A biblioteca
renascentista, estruturada como uma basílica, contem preciosos manuscritos,
além da tela A êxtase de São Tomás, de Marcantonio Franceschini (1648-1729).
Fonte Wikipédia
Capela do Rosário
Capela de São Domingos
Detalhe do relicário da cabeça de S Domingos
Gloria di San Domenico de Guido Reni
Presbitério e abside
Altar da Capela do Rosário
Órgão da capela do Rosário
Ancona do altar da Capela do Rosário
Transepto
Arca de São Domingos
San Procolo, de Michelangelo
Crucifixo obra de (1250) Giunta Pisano
Interior da catedral
Detalhe do coro
A esquerda do coro
Vista externa da catedral
Cúpula
Abside
Casamento místico de Santa Catarina, por Filippino Lippi
Abside da Capela do Rosário
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