A igreja Santi Quattro Coronati, em Roma, dedicada a quatro mártires, foi construída no século IV.
Os mártires são chamados "os santos coroados" porque foram martirizados por meio de uma coroa de pregos agudos de ferro martelados em seus crânios. O grande edifício construído ali pelo Papa Leão IV (pontífice de 847 a 855) foi destruído pela invasão normanda de 1084.
Por volta do ano 1111, o Papa Pascoal II mandou levantar ali uma basílica de duas naves, com galerias, incorporando partes da igreja anterior. A nova estrutura teve como pátio dianteiro parte da antiga nave. No século XIII, o mosteiro foi aumentado e fortificado, de maneira a servir de proteção ao vizinho Latrão. A fachada atual, como de uma fortaleza, com a torre sineira levantada acima do portão principal, relembra sua finalidade.
O oratório de São Silvestre, construído em 1246, contém afrescos, em honra ao santo, que gozam de importância especial, pois narram a conversão do imperador Constantino I feita pelo Papa Silvestre I. Constantino aparece como um doente ao qual aparecem em sonho São Pedro e São Paulo, avisando-o para encontrar o papa, que vive como eremita no monte Soratte. O Papa diz ao imperador para honrar os retratos dos dois apóstolos e o cura pelo batismo. A partir de então, recebe licença do imperador para governar Roma. O imperador conduz então seu cavalo para Latrão, e, ajoelhando, dá ao papa a tiara como sinal de sua preponderância e precedência sobre o poder secular.
A pintura é interpretada como advertência ao imperador Frederico Hohenstauffen que governou de 1215 a 1250, e tentava contrariar a recente reafirmação pelo Papa Inocêncio IV de tal preponderância.
Nenhum comentário:
Postar um comentário