A Basílica de São Pedro (em latim Basilica Sancti Petri,
em italiano Basilica di San Pietro) é uma basílica no Estado do Vaticano,
tratando-se da maior das igrejas do cristianismo e um dos locais cristãos mais
visitados. Cobre uma área de 23000 m² ou 2,3 hectares (5.7 acres) e pode
albergar mais de 60 mil devotos (mais de cem vezes a população do Vaticano). É
o edifício com o interior mais proeminente do Vaticano, sendo sua cúpula uma
característica dominante do horizonte de Roma, sendo adornada com 340 estátuas
de santos, mártires e anjos. Situada na Praça de São Pedro, sua construção
recebeu contribuições de alguns dos maiores artistas da história da humanidade,
tais como Bramante, Michelangelo, Rafael e Bernini.
Foi provado que sob o altar da basílica está enterrado
São Pedro (de onde provém o nome da basílica) um dos doze apóstolos de Jesus e
o primeiro Papa e, portanto, o primeiro na linha da sucessão papal. Por esta
razão, muitos Papas têm sido enterrados neste local. Sempre existiu um templo
dedicado a São Pedro em seu túmulo, inicialmente extremamente simples, com o
passar do tempo, os devotos foram aumentando o santuário, culminando na atual
basílica. A construção do atual edíficio sobre o antigo começou em 18 de abril
de 1506 e foi concluído em 18 de novembro de 1626, sendo consagrada
imediatamente pelo Papa Urbano VIII. A basílica é um famoso local de
peregrinação, por suas funções litúrgicas e associações históricas. Como
trabalho de arquitetura, é considerado o maior edifício de seu período
artístico.
A Basílica de São Pedro é uma das quatro basílicas
patriarcais de Roma, sendo as outras a Basílica de São João de Latrão, Santa
Maria Maior e São Paulo Extramuros. Contrariamente à crença popular, São Pedro
não é uma catedral, uma vez que não é a sede de um bispo. Embora a Basílica de
São Pedro não seja a sede oficial do Papado (que fica na Basílica de São João
de Latrão), certamente é a principal igreja que conta com a participação do
Papa, pois a maioria das cerimônias papais são realizadas na Basílica de São
Pedro devido à sua dimensão, à proximidade com a residência do Papa, e a
localização privilegiada no Vaticano.
História
Depois da crucificação de Jesus, na segunda metade do
primeiro século da era cristã, está registado no livro bíblico de Atos dos
Apóstolos que um de seus doze discípulos, conhecido como Simão Pedro, um
pescador da Galileia, assumiu a liderança entre os seguidores de Jesus e foi de
grande importância na fundação da Igreja Cristã. O nome é Pedro
"Petrus" em latim e "Πέτρος" (Petros), em grego, decorrente
de "Petra", que significa "pedra" ou "rocha" em
grego. Pedro depois de um ministério com cerca de trinta anos, viajou para Roma
e evangelizou grande parte da população romana. Pedro foi executado no ano 64
d.C durante o reinado do imperador romano Nero, sendo crucificado de cabeça
para baixo a seu próprio pedido, perto do Obelisco no Circo de Nero.
Os restos mortais de São Pedro foram enterrados fora do
Circo, na Colina do Vaticano, a menos de 150 metros (490 pés) a partir do seu
local de morte. Seu túmulo foi inicialmente marcado apenas com uma pedra
vermelha, símbolo de seu nome, mas sem sentido para os não-cristãos. Um
santuário foi construído neste local alguns anos mais tarde. Quase trezentos
anos depois, a antiga Basílica de São Pedro foi construída ao longo deste
sítio.
A partir dos anos 1950 intensificaram-se as escavações no
subsolo da basílica, após extenuantes e cuidadosos trabalhos, inclusive com
remoção de toneladas de terra que datava do corte da Colina Vaticana para a
terraplanagem da construção da primeira basílica na época de Constantino, a
equipe chefiada pela arqueóloga italiana Margherita Guarducci encontrou o que
seria uma necrópole atribuída a São Pedro, inclusive uma parede repleta de
grafitos com a expressão Petrós Ení, que, em grego, significa "Pedro está
aqui".
Também foram encontrados, em um nicho, fragmentos de
ossos de um homem robusto e idoso, entre 60-70 anos, envoltos em restos de
tecido púrpura com fios de ouro que se acredita, com muita probabilidade, terem
pertencido a São Pedro. A data real do martírio, de acordo com um cruzamento de
datas feito pela arqueóloga, seria 13 de outubro de 64 d.C. e não 29 de junho,
data em que se comemorava o traslado dos restos mortais de São Pedro e São
Paulo para a estada dos mesmos nas Catacumbas de São Sebastião durante a
perseguição do imperador romano Valeriano em 257.
A Basílica Antiga
O imperador Constantino entre 326 e 333 d.C. ordenou a
construção da "Antiga" Basilica de São Pedro, sobre o templo simples
dedicado ao apóstolo, desta basílica nada restou atualmente, porém ela pode ser
quase totalmente reconstruída por descobertas arqueológicas, descrições de
peregrinos e desenhos antigos. Como em quase todas as igrejas da antiguidade,
seguiu-se o modelo da basílica cívica romana: um salão retangular, dividido em
nave central e naves laterais, que oferecia espaço bastante para a congregação
dos fiéis. As cerimônias no altar eram realizadas na abside ao final da nave
central, bem visíveis a todos. Havia transeptos, uma abside na extremidade
ocidental, um grande átrio. Um afresco do século XVI na igreja de San Martino
ai Monti nos dá uma ideia aproximada da aparência interior, com seu teto em
madeira, mas ignoramos tudo sobre estátuas ou pinturas.
A basílica atual, com estrutura renascentista e barroca,
foi erguida sobre a antiga, o que exigiu que o edifício fosse orientado para
oeste, mas também que a necrópole antiga fosse aterrada, sendo construídas
muralhas de suporte para criar uma enorme base que servisse como alicerce. Na
plataforma, construiu-se então a basílica, com nave central e quatro naves
laterais, ricamente adornada com afrescos e mosaicos e um grande átrio
dianteiro, com colunas. Muitas vezes alterado e restaurado, o edifício de
Constantino, conhecido como velha igreja de São Pedro, sobreviveu até o início
do século XVI.
Idade Média
Durante o exílio dos papas em Avignon, de 1309 a 1377,
ficou muito deteriorada e perdeu-se grande parte de sua magnificência. O desejo
de uma igreja de grandiosidade apropriada para servir à cristandade, assim como
a transferência da residência papal para o Vaticano, fez nascer planos de uma
igreja nova. Sob o papado de Nicolau V (pontificado de 1447 a 1455) os
trabalhos tiveram início num coro novo e no transepto, mas foram logo
abandonados por falta de recursos.
Século XVI
No pontificado de Júlio II (1503 a 1513) decidiu-se
afinal derrubar a igreja velha e em 18 de abril de 1506 Bramante recebeu o
encargo de desenhar a nova basílica. Seus planos eram de um edifício
centralmente planificado, com um domo colocado sobre o centro de uma cruz grega
(com braços de idêntico tamanho), forma que correspondia aos ideais da
Renascença por copiar a de um mausoléu da antiguidade. Uma sucessão de papas e
arquitetos nos 120 anos seguintes participariam da construção que culminou no
edifício atual. Iniciada por Júlio II, continuando nos pontificados do Papa
Leão X (1513-1521), Papa Adriano VI (1522-1523). Papa Clemente VII (1523-1534),
Papa Paulo III (1534-1549), Papa Júlio III (1550-1555) , Papa Marcelo II
(1555), Paulo IV (1555-1559), Papa Pio IV (1559-1565), Papa Pio V (santo)
(1565-1572), Papa Gregório XIII (1572-1585), Papa Sisto V (1585-1590), Papa
Urbano VII (1590), Papa Gregório XIV (1590-1591), Papa Inocêncio IX (1591),
Papa Clemente VIII (1592-1605), Papa Leão XI (1605), Papa Paulo V (1605-1621),
Papa Gregório XV (1621-1623), Papa Urbano VIII (1623-1644) e Papa Inocêncio X
(1644-1655).
Renascença
Em 1517 o Papa Leão X ofereceu indulgências para aqueles
que dessem esmolas para ajudar na reconstrução da Basílica de São Pedro. O
agressivo marketing de Johann Tetzel em promover esta causa provocou Martinho
Lutero a escrever suas 95 Teses (Tetzel seria inclusive punido por Leão X por
seus sermões, que ia muito além ensinamentos reais sobre as indulgências).
Embora Lutero não negasse o direito do Papa ou da Igreja de conceder perdões e
penitências, exigia a correção de abusos na prática.
Um século mais tarde o edifício ainda não estava
completado. A Bramante sucederam, como arquitetos, Rafael, Fra Giocondo,
Giuliano da Sangallo, Baldassare Peruzzi, Antonio da Sangallo. O Papa Paulo III
(pontificado de 1534-1549) em 1546 entregou a direção dos trabalhos a
Michelangelo. Este, aos 72 anos, deixou-se fascinar pela cúpula, concentrando
nela os seus esforços, mas não conseguiu completá-la antes de sua morte em
1564. O zimbório é visível de toda a cidade de Roma, dominando seus céus e tem
diâmetro de 42 m, ligeiramente menor ao domo do Panteão, mas é mais imponente
por ser muito mais alto, com 132,5 m. Graças a seus planos e a um modelo em
madeira, seu sucessor, Giacomo della Porta, foi capaz de terminá-la com
ligeiras modificações. O modelo segue o da famosa cúpula que Brunelleschi
ergueu na catedral de Florença e cria impressão de grande imponência. A
diferença é que, ao contrário do que Michelangelo planejou, não se trata de uma
cúpula semicircular mas afunilada, criando um movimento de impulso para cima
até culminar na lanterna cujas janelas, inseridas em fendas entre duas colunas,
deixam a luz inundar o interior. Terminada em 1590, ainda é uma das maravilhas
da arquitetura ocidental. Vignola, Pirro Ligorio, Giacomo della Porta
continuaram os trabalhos na basílica.
Conclusão das Obras
Mudanças na liturgia, introduzidas pelo Concílio de
Trento, fizeram necessárias outras mudanças sob o pontificado do Papa Paulo V
(1605 a 1621), que encarregou Carlo Maderno de aumentar para o leste o
edifício, aumentando a nave e criando assim uma cruz latina. Completou também
em 1614 a famosa fachada.
Em 1629, Gian Lorenzo Bernini, agora o arquiteto
principal, começou a construir as torres sineiras na fachada, que ruíram por
deficiências estruturais. Trinta anos mais tarde Bernini redesenharia a Praça
de São Pedro, mudando alguns aspectos do domo de Michelangelo e, sobretudo,
unificando todos os edifícios em um conjunto harmonioso.
Giacomo della Porta e Fontana concluiu a cúpula em 1590
durante o pontificado do Papa Sisto V. O papa que o sucedeu financiou a
colocação das inscrições em honra a Sisto V na entrada da basílica. O Papa
Clemente VIII liderou a colocação da cruz latina na cúpula, evento acompanhado
pelo soar dos sinos de toda a cidade de Roma. Segundo a tradição, nesta cruz
estão contidas partes da Vera Cruz e relíquias de Santo André.
Já em meados do século XVIII, rachaduras apareceram na
cúpula e os arquitetos empenhados na construção do restante da basílica tiveram
de se concentrar no domo e planejaram a colocação de anéis de ferro na obra
prima de Michelangelo.
Na cúpula jaz a inscrição:
S. Petri pp
sixtvs gloriae. V. A. m. d. xc. Pontif. V. (Para a glória de São Pedro;
Sisto V, Papa, no ano de 1590 e quinto ano do seu pontificado.)
Os trabalhos terminaram oficialmente quando se
acrescentou uma sacristia, sob o pontificado do Papa Pio VI (1775-1799).
Tabernáculo de Donatello
Porta sagrada
S Bruno
Cátedra de S Pedro
S Paulo da Cruz
S Guilherme de Vercelli
S Antonio Maria Zacarias
Vista externa da cúpula
Estátua equestre de
Carlos
Magno, Agostino Cornacchini (1725)
Monumento a Inocencio XII.
Monumento a Clementina Sobieski.
Monumento a rainha Cristina da Suécia
Santo André
Santa Helena
Santa Verônica
Vista interna da cúpula
Relevo de Leão I expulsando Átila
Pietá de Michelangelo
Monumento a Inocencio XI.
Tumba de Pío VII.
Praça de S Pedro
Monumento a Benedicto XV.
Tumba de Benedicto XIV.
Monumento a Pío VIII.
Vista da Basílica em uma pintura de Viviano Cordazzi, de 1630
Campanário
Tumba de Clemente X.
Monumento a Alejandro VII.
Monumento a Gregorio XIII.
Vista da fachada à noite
Tumba de Paulo II
Vista da Basílica
Tumba de Leão XI por Alessandro Algardi
Baldaquino de S Pedro
Interior da basílica na pintura de Giovanni Paolo Panini
Nave central da basílica
Interior e contra fachada
S Longinus
Sacristia
S Pedro de Alcântara
Tumba do Papa Pio X
Nenhum comentário:
Postar um comentário