Santa Maria della Salute (Santa Maria da Saúde) é uma
basílica de Veneza, que se ergue perto da Punta della Dogana (Ponta da
Alfândega). Foi construída, tal como a Igreja do Redentor e a Igreja de São
Roque, pelos habitantes venezianos por causa da peste que em 1630 dizimou a
população.
A peste foi trazida pelo conde de Mântua, que foi
internado na ilha do Lazzaretto Vecchio, mas bastou-lhe entrar em contato com
um carpinteiro local para que a infeção se estendesse por toda a cidade a
partir do Campo San Lio. Em 22 de março de 1630 o então patriarca de Veneza,
Giovanni Tiepolo, fez uma promessa: "prometo solenemente erguer nesta
cidade uma igreja e dedicá-la à Virgem Santíssima, chamando-a "Santa Maria
della Salute", e que cada ano no dia em que esta cidade seja declarada
livre do presente mal, Sua Serenidade e Seus Sucessores irão solenemente com o
Senado visitar dita igreja em perpétua memória da pública gratidão por tanto
benefício".
Em 26 de março, na Praça de São Marcos, o doge de Veneza
Nicola Contarini, o clero e o povo reuniram-se para rezar. Quando a peste
terminou tinham morrido 80 000 venezianos, e 600 000 no território da
Sereníssima República, de Bréscia até Trieste, de Polesine a Belluno. Entre as
pessoas que morreram, encontravam-se o doge e o patriarca.
Em 28 de novembro de 1631 começou a construção na Punta
della Dogana, a alfândega de Veneza. Confiada a Baldassare Longhena, a obra terminou em 9 de novembro de
1687, quando o patriarca Alvuse Sagredi a benzeu. Para poder erguer a basílica
neste lugar foi preciso cravar 1 156 650 estacas1 no terreno e ganhar uma vasta
área de solo ao mar.
Arquitetura
A nave central é de forma octogonal, sobre a que se apoia
uma cúpula hemisférica que está rodeada de seis capelas menores. O presbitério
e o altar-mor predominam sobre todo o resto. O grupo escultórico sobre o altar
representa uma Virgem com menino, que simboliza a Saúde que defende Veneza da
peste. Provém de Creta e foi trazida para Veneza por Francesco Morosini em
1670, quando Veneza cedeu a ilha aos turcos.
Podem ver-se três obras de Tiziano no teto: Morte de
Abel, Sacrifício de Abraham e David e Golias. Estas cenas violentas do Antigo
Testamento foram pintadas com extremo realismo, o qual se acentua devido à
visão em perspectiva do observador. Os afrescos, que se consideraram pouco
apropriados na sua época, foram no entanto muito admirados e imitados
posteriormente. Também podem encontrar-se outras obras na sacristia: São Marcos
no trono, com os santos Cosme, Damião, Sebastião e Roque (1511-12) e As bodas
de Caná (1551).
Em cada dia 21 de novembro festeja-se a "Festa della
Madonna della Salute" (Festa de Nossa Senhora da Saúde), na qual as
pessoas atravessam uma ponte de barcas que vai da Praça de São Marcos até à
basílica, onde param para rezar. Juntamente com a "Festa dello
Redentore" (Festa do Redentor), é ainda hoje uma das festas populares mais
queridas e participativas da cidade.
A fachada apresenta um grandioso portal com quatro
grandes e altíssimas colunas coríntias. O corpo central é de forma octogonal
com uma grande cúpula hemisférica, circundada por seis capelas menores. As
refinadas volutas em espiral estabilizam contrafortes, e a lanterna é coroada
pela estátua da Virgem Santa Maria.
Imagens da fachada
São João
São Lucas
São Mateus
São Marcos
Campanário e cúpula
Fachada principal
A igreja
prolonga-se para sul no volume menor do presbitério com absides laterais,
cobrindo à sua volta uma cúpula mais baixa: estes elementos parecem imponentes
a quem percorra o Rio Terà dei Catecumeni, e no início do século XX era o único
acesso a terra da igreja. Longhena criou deste modo, tomando soluções do
Palladio, perspetivas diferentes das observadas do Grande Canal de Veneza, do
Campo della Salute, do Bacino di San Marco, do Canal da Giudecca ou do Rio
Terà.
O espaçoso interior, de planta centralizada, é amplamente
iluminado por janelas das seis capelas laterais e grandes janelões do tambor do
zimbório. A luz faz ressaltar o pavimento de mármore policromado.
O presbitério e o altar-mor dominam o conjunto. O grupo
de esculturas sobre o altar representa uma Virgem com o menino, a representar a
Saúde. Nas capelas laterais encontram-se telas de Luca Giordano e uma Descida
do Espírito Santo de Tiziano (1555).
Imagens do interior
Altar da Ascenção
Obra de Tiziano com a descida do Espírito Santo, as esculturas dos anjos são de Michele Fabris
O coro
Fonte Wikipédia
A vista da basílica por Francesco Guardi
Vista à partir de S Marcos
Ponte da saúde
Fotografia do Campanário de San Marco, em primeiro plano a Punta della Dogana e da Saúde e no fundo a ilha de Giudecca com a Igreja do Redentor por Andrea Palladio.
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